Dia Nacional de Combate ao Glaucoma
O glaucoma é uma doença crônica que atinge o nervo óptico, estrutura responsável por conectar o que o olho enxerga com o cérebro para formar a visão.
A pressão intraocular, suficientemente elevada, lesiona o nervo óptico progressivamente e, infelizmente, não é possível recuperar as partes do nervo que foram lesadas. Assim, o glaucoma não tratado corretamente pode levar a perda permanente da visão. O processo é lento e pode progredir durante anos, até que surjam os primeiros sintomas.
A maioria dos casos de glaucoma ocorre por que as pessoas já nascem geneticamente predispostas para ter a doença, ou seja, a causa não é algo que o paciente tenha ou não feito.
Existem alguns glaucomas chamados secundários, que ocorrem devido a traumas oculares, algumas doenças (artrite reumatoide e diabetes, por exemplo) e/ou uso de algumas medicações (como corticoides).
O tipo mais comum é o glaucoma primário, que tende a surgir durante o processo de envelhecimento do corpo humano, especialmente a partir dos 40 anos de idade. Há estudos que apontam uma prevalência de 10% na população com mais de 80 anos.
Um dos principais fatores de risco associado ao desenvolvimento do glaucoma é o histórico da doença na família, mas, há outros fatores: etnia africana (para glaucoma de ângulo aberto) ou asiática (glaucoma de ângulo fechado), idade acima de 40 anos e presença de miopia em graus altos. É muito importante que toda pessoa que faz parte do grupo de risco realize o acompanhamento médico oftalmológico.
Tipos de glaucoma
- Glaucoma primário de ângulo aberto: Este é o tipo mais comum dos glaucomas. Um problema no sistema de drenagem interno do olho faz com que a pressão intraocular fique suficientemente alta, com a consequente lesão do nervo óptico. Evoluem, geralmente, de maneira lenta e progressiva, e os pacientes normalmente não percebem nada de errado com a visão.
- Glaucoma de ângulo fechado: Este é o segundo tipo mais comum, em que ocorre uma obstrução da abertura do sistema de drenagem do olho. Esta obstrução pode ocorrer de maneira rápida e extensa, resultando num aumento súbito da pressão intraocular, dor forte, enjoo e visão turva. Esta situação mais grave é chamada de glaucoma agudo, mas felizmente representa uma pequena parte dos casos de glaucoma de ângulo fechado. A maioria evolui de maneira mais lenta e sem sintomas.
- Glaucoma congênito: Este tipo afeta bebês e crianças pequenas e é resultado de um erro na formação do sistema de drenagem do olho, causando o aumento da pressão intraocular logo ao nascimento ou nos primeiros meses de vida. Os sinais de alerta são um olho grande e sem brilho, lacrimejamento, grande sensibilidade à luz, que faz com que a criança fique com as pálpebras bem fechadas em ambientes muito iluminados.
- Glaucoma secundário: Quando o glaucoma ocorre por algum outro fator que leva ao aumento da pressão intraocular, como trauma, uso de medicação a base de corticoide, tumores, inflamações, hipertensão arterial e diabetes.
Sintomas
Embora tenha diferentes tipos e manifestações, na maior parte dos casos o glaucoma é assintomático: não dói, não coça, não arde, não causa qualquer incômodo. Ainda assim, continua danificando o nervo óptico e, somente quando a doença está avançada, o paciente começa a perceber dificuldade de enxergar. O tratamento consegue manter a visão do paciente, mas os danos ao nervo não podem ser revertidos. Por isso, identificar a doença ainda nos estágios iniciais é muito importante.
O tratamento do glaucoma, comprovadamente eficaz, consiste na redução dos níveis de pressão intraocular, que pode ser obtido através de:
- Colírios: são utilizados uma ou duas vezes por dia, sendo que, às vezes, mais de um colírio pode ser necessário para o controle da pressão intraocular. Assim, eles devem ser aplicados de maneira correta e utilizados regularmente, todos os dias. O glaucoma é uma doença crônica que, infelizmente, não tem cura, mas há controle.
- Laser: existem diversos tipos de laser para o tratamento do glaucoma, sendo que a trabeculoplastia seletiva a laser é um procedimento que pode reduzir a pressão intraocular por algum tempo e com raras complicações.
- Cirurgias: existem diversas técnicas cirúrgicas para reduzir a pressão intraocular e controlar o glaucoma. As técnicas tradicionais e bem conhecidas são a trabeculectomia e o implante de tubo de drenagem. Várias técnicas novas estão disponíveis, porém, ainda carecem de bons níveis de evidência sobre a indicação, eficácia e segurança a médio e longo prazos.
É importante ressaltar que o paciente submetido a tratamentos a laser ou cirúrgicos ainda precisam de acompanhamento frequente com o oftalmologista, pois esses procedimentos podem ser insuficientes ou perder o efeito com o tempo.
Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico oftalmologista, para que se possa definir a abordagem de tratamento mais adequada.
Importância do diagnóstico precoce
Quanto antes for diagnosticado o glaucoma, menores as chances de problemas na visão. O tratamento, geralmente, é mais simples e o controle mais fácil nas fases iniciais da doença.
Como evolui de forma assintomática, as visitas regulares ao oftalmologista são fundamentais, especialmente para pessoas que fazem parte do grupo de risco.
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